Mais que co-brandings, essas collabs, além de serem plataformas de ativação de marca, constrõem uma conexão afetiva com o consumidor, e fortalecem o sentimento de pertencimento.

A H&M HOME é um exemplo. Ao unir-se ao hotel boutique Palm Heights, em Grand Cayman, a marca de decoração não apenas lançou uma coleção, mas transportou o consumidor para o clima solar e retrô-chique da ilha caribenha. Com peças que vão de cerâmicas a roupões, a proposta ativa o imaginário de férias e bem-estar dentro da casa, uma forma sutil e eficaz de tornar a marca parte da rotina, com apelo emocional.

A experiência sensorial também é o prato principal no pop-up do Gigi Rigolatto, que leva sua essência italiana para o Mandarin Oriental Bodrum, na Turquia. Ao instalar um restaurante temporário à beira-mar, a marca convida o público a vivenciar a dolce vita em tempo real. Um case de ativação que une território gastronômico, turismo e elegância.

Já na Inglaterra, a Burberry ressignifica o luxo britânico ao se associar ao hotel The Newt. De piqueniques com cestas personalizadas a chás da tarde em carruagem restaurada, a collab promove uma imersão estilizada no campo inglês. Instagramável e multissensorial, a experiência gera identificação e desejo, aproximando-a também de novos públicos.

Como você vê a área de design de interiores hoje?

Eu vejo a área do design de interiores cheia de oportunidades tanto pra quem está começando quanto pra quem já tem repertório e quer colaborar com o segmento, transbordando conhecimento. Acho incrível como é possível empreender de forma intencional nesse mercado. A arquitetura abre muitas portas, desde o lado artístico com os projetos, até o networking, por meio de parcerias com empresas, e também o compartilhamento de experiências com alunos. É um universo super rico e com espaço pra muita troca.

Pode contar como decidiu por esta área?

Minha paixão pelo design veio de forma bem natural, mas acredito que já estava no meu DNA. Minha família, por parte do meu pai, sempre trabalhou com lojas de material de construção, e isso me aproximou muito cedo desse universo. Cresci nesse ambiente e fui desenvolvendo habilidades e um olhar apurado para espaços e acabamentos. Juntou com meu lado criativo e aí não teve jeito: me encontrei no design de interiores.

Você atende clientes corporativos, comerciais e residenciais?

Atendo sim, todos esses perfis. Eu gosto bastante do corporativo porque é um projeto com budget, prazo e tudo acontece de forma muito mais rápida — é desafiador e dinâmico. No comercial, é sempre um prazer criar espaços que conectam marcas e consumidores. E no residencial, mesmo que, às vezes seja um pouco mais moroso, a recompensa é enorme, porque criamos ambientes afetivos e únicos. Cada tipo de cliente me traz aprendizados diferentes e eu amo essa diversidade

Quais as tendências que vieram para ficar no design de interiores?

Além do design afetivo, dos ambientes multifuncionais e da sustentabilidade, eu vejo a neurociência aplicada à arquitetura como uma tendência fortíssima. Entender como os espaços influenciam nosso comportamento, nossas emoções, é algo que veio pra ficar. E também não tem como ignorar o impacto da inteligência artificial nesse processo, entender o desejo de compra do consumidor e personalizar ainda mais os projetos é um caminho que só tende a crescer.

Líder em novo endereço. Loja da marca em Campinas, com projeto assinado pelo escritório FGMF, foi inaugurada na semana passada. Aberturas, iluminação natural, forros de madeira, paisagismo, passarelas e mezaninos são elementos que conferem bem-estar e personalidade. No último andar, os planejados da marca são a novidade.