2025 já chegou e as primeiras semanas têm um astral mágico que inspira a definir sonhos e metas.
Confesso que começo esse processo ainda um pouco antes do aniversário que é no fim de novembro. Esta newsletter nasceu dessa busca por novidades e desafios, e a primeira edição do ano não podia ser diferente, traz referências, novas colaborações e assuntos para motivar!
No Bate-papo, a semioticista Janiene Santos conceitua tendência, moda e onda, a fim de termos um olhar mais atento do que vai passar, voltar ou perdurar, quando falamos em decoração e estilo.
A jornalista Carolina Pera apresenta sugestões de passeios culturais, mas também vai colaborar nas próximas edições com dicas gastronômicas e muito mais.
Boa Leitura!
Em alta!
O maximalismo e o ecletismo estarão em alta nos lares, assim como peças vintage e a reutilização, principalmente, de mobiliários. Tudo isso com o uso dos tons terrosos, texturas e estampas, imprimindo a personalidade e também a estética artesanal. As referências citadas estão entre as buscas e hashtags que Pinterest divulgou entre os termos mais procurados, como decoração com contraste, móveis pintados à mão, pintura de bancada, maximalismo eclético e decoração de parede com tecido, entre outros, e o boom da hashtag #furnitureflip no TikTok que coloca atenção no famoso faça você mesmo. A WGSN, consultoria de previsão de tendências, também aponta para as produções artesanais.
Inspire-se!
Giro
por Carolina Pera
3 exposições para visitar neste começo de ano em São Paulo!
Nada melhor do começar o ano imerso em boa arte, não é mesmo? São Paulo está cheia de boas opções para quem está pela capital. Por isso, separei três exposições que você deve visitar ainda em janeiro e que já estão com os dias contados. Planeje sua agenda e confira todas elas:
Tecidos africanos como protagonistas na Pinacoteca

Entre a cabeça e a terra: arte têxtil tradicional africana
A exposição “Entre a cabeça e a terra: arte têxtil tradicional africana” destaca os tecidos africanos como forma de arte, exaltando suas técnicas manuais, tradições e contribuições para o universo artístico. Organizada em parceria com a Maison Gacha (Paris) e a Fondation Jean-Félicien Gacha (Camarões), a mostra apresenta 129 peças em cinco núcleos: Geometria animal, O azul vegetal, A tecnologia da linguagem, A rota das miçangas e Opacidade e transparência – sendo as duas primeiras minhas favoritas em uma difícil escolha.
Até 2 de fevereiro, na Pina Luz, de quarta a segunda, das 10h às 18h. Quintas estendidas das 10h às 20h (entrada gratuita a partir das 18h).
São Paulo em detalhes – por Liceu

Em Escala: Do macro ao micro: retratos do Liceu na cidade de São Paulo
E para saber um pouco mais sobre São Paulo, como ela se formou, recomendo uma visita à exposição “Em Escala: Do macro ao micro: retratos do Liceu na cidade de São Paulo”, que traz as contribuições do Liceu de artes e ofícios para muitas das edificações daqui – são 20 edifícios históricos que dependeram das criações e alunos do Liceu, além de monumentos e outros itens.
Até o dia 25 de janeiro, no Centro Cultural Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, de terça a sábado, das 12h30 às 17h (entrada gratuita)
Em meio a carrosséis na Fiesp
E para fechar as indicações, algo bem lúdico para essa temporada de férias - Mostra Extasia, de Flavia Junqueira, que traz narrativas visuais que conectam a infância, o tempo e a memória. Ideal para levar a criançada ou recordar sua infância em meio a sons, balões e carrosséis. É uma exposição pequena, mas encantadora.
Até 26 de janeiro, no Centro Cultural Fiesp, de terça a domingo, das 10h às 20h
Bate-papo com Janiene Santos
Ela é semioticista, vive nos Estados Unidos há mais de dez anos e é professora de comunicação em universidades aqui e lá. Estuda tendências, comportamento e consumo, é pesquisadora do GESC³- Grupo de estudos em Semiótica, Comunicação, Cultura, e uma das autoras do DGNG Book Interpretando Tendências, um relatório de tendências, focado em joias e bijuterias. Seu livro "Sobre tendências e o espírito do tempo" já está na segunda edição.
Acompanhe aqui insights e o olhar aguçado da especialista.

Janiene Santos
Como nascem as tendências?
As tendências nascem como um movimento provocado por forças atuantes no cenário socioeconômico cultural. Isso significa que são influenciadas pela tecnologia, politica, economia, ciências, entre outras. No meu livro “Sobre tendências e o espírito do tempo”, desenvolvo o conceito de tendências socioculturais, que expressam a forma de pensar e sentir, como uma mentalidade e sensibilidade dominantes.
As tendências se estendem a várias áreas?
Sim, as tendências —que também devem ser entendidas como um padrão se estabelecendo— se reverberam ou materializam em diversas áreas do nosso cotidiano. Algumas de forma mais duradoura (tendência sociocultural), e outras de forma mais efêmera (moda e onda, chamada também de modismo).
Pode exemplificar?
Claro, um exemplo bastante didático é a tendência sociocultural do “Cocooning”, ou “Encasulamento”, diagnosticada pela Faith Popcorn, que diz respeito a uma vida mais indoor. Essa mentalidade iniciada na pandemia deve perdurar ainda alguns anos, enquanto diversos desdobramentos dela terão duração mais efêmera.
Na decoração e no design de interiores, por exemplo, vemos o Cocooning se refletindo na integralização dos ambientes, com menos divisórias, móveis sem quinas e mais curvilíneos e até tetos mais curvos, para abraçar a multifuncionalidade do lar que a pandemia tanto enfatizou. Podemos chamar de moda esse movimento específico.
A moda costuma repercutir esteticamente, sobressaindo-se em diversas áreas do consumo. É o que acontece com as frases que estão presentes em objetos de decoração, na joalheria e no vestuário, como forma de autoexpressão.

No sentido horário, anéis Serge Thoraval, ambiente em CASACOR São Paulo, anel da marca DRU e camiseta com frase
Os trabalhos manuais que dão vida a diversos produtos, como o crochê incorporado em diversos produtos, de bolsas a almofadas, é outro exemplo de moda. A ligação com o “Cocooning” deve-se a esse estilo de vida mais caseiro que pede hobbies e passatempos mais manuais. Já o macramê, que deu vida a muitos suportes para plantas, pode ser entendido como uma onda, ou seja, um modismo mais passageiro.